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Entretanto...

A viagem começou, arrancou, seguiu caminho. Eu fui com ela, de corpo e alma, mas as palavras ficaram, foram ficando por essa estrada, esquecidas, perdidas no tempo, num momento, num instante. Quando dei por mim já tinha tanta estrada debaixo dos pés e as palavras teimavam em ficar escondidas, dentro de mim, ou dispersas por tantos lugares, mas nunca onde pertenciam, aqui, nesta sua casa, a casa das palavras viajadas com que vou dando mais sentido ao meu caminho. Num entretanto que se fez eterno, a viagem seguiu enquanto as palavras ficaram paradas, e agora quando as recomeço, quando lhes dou vida, finalmente, a sua cronologia perde-se, faz-se diversa, inconstante, pouco importante, ou talvez mais ainda, ainda assim impossível de seguir. Seguirei a viagem, até que um dia a estrada me leve de volta a casa, seguirei a sua escrita, até que nada mais tenha p’ra dizer, mas daqui em diante as palavras de ontem ir-se-ão confundir com as de hoje, numa viagem em constante solavanco que entrelaçará o que trilho com os pés com as memórias do caminho que fiz para poder chegar aqui. Será um solavanco constante, como o meu, que seguirei na esperança de que, ainda que de maneira difusa e potencialmente confusa, possam comigo seguir nesta viagem.

Hanoi, Vietnam, Março de 2014

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